segunda-feira, 18 de março de 2013

Momento de silêncio...

Mais uma vez, a correria me afastou dos meus desabafos.

Cansada, submersa na rotina das crianças, não tenho tempo nem de ler jornal. Fiquei apoplética com a história do Ades. Mais ainda porque dias antes havia comprado algumas caixinhas para Pimentinha levar no lanche. Joguei tudo fora.

Na TV, basicamente, programas infantis. Nunca vi tanta televisão. Honestamente, nem gosto muito de ver televisão...

Quando faz-se o silêncio dos olhos dorminhocos, minha cabeça prefere fazer silêncio. No máximo, música instrumental.

Choro de criança, fralda, alimentação adequada, horários, manhas, pedidos, lamúrias.... E eu? Consumida. Sumida.

Não é sofrimento. É padecimento.

Não é paraíso. É realidade.

Volto assim que conseguir ouvir meus próprios pensamentos.

terça-feira, 5 de março de 2013

Dona da Casa

Estive em uma médica no outro dia e, quando perguntada sobre "profissão", hesitei: "advo...? mãe...? do lar....?". Ela entendeu.

Saí de lá pensando: "qual é a minha profissão?".

Por muito tempo, fui preconceituosa com as mulheres que abandonavam tudo pra gerir a casa. Julguei, imatura, e me arrependo. Quando é opção própria, apóio.

Sou "dona da casa". Não "dona de casa". Sou responsável por tudo na gerência do lar, dos gastos aos cortes, do cuidado com os filhos à elaboração do Imposto de Renda do marido, dos consertos às quebrações, das consultas com médicos aos presentes. Conto com a ajuda semanal de uma diarista, que limpa e passa a roupa. O resto, mantenho.

Faço comida, lavo roupa, arrumo o furdunço das brincadeiras, varro diariamente a casa (às vezes mais de uma vez), cuido da prole. Meu dia é insano e a noite, muitas vezes, também. Eu simplesmente não páro.

Sou formada em Direito e pós-graduada, fui professora, sou advogada, mas seleciono muito bem os processos que valem a pena.

Por muito tempo, tive crises e problemas para pedir dinheiro ao marido para comprar o que eu quisesse. Não tenho mais: o dinheiro é nosso.

Por opção, engravidei da primeira filha e pedi demissão do escritório em que trabalhava e assumi o posto de mãe e "do lar". 24 X 7, sem férias e feriados, sem remuneração.

Não hesito mais.

PS. Vale ler: donasdecasaanonimas.com